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Pretos Velhos

Pretos Velhos

          “PRETO-VELHO” – “A ENTIDADE MAIS CARISMÁTICA DA UMBANDA”

Com certeza a mais carismática entidade que povoa os terreiros de Umbanda. A mística do Preto Velho é fruto de condições e circunstâncias únicas em terras brasileiras.
A sofrida vida dos escravos, trazidos da África, já bastante documentada e comentada, fazia com que os indivíduos, em função do penoso e extenuante trabalho a que eram submetidos, somado aos maus tratos, vivessem, em média, somente sete anos após sua chegada ao Brasil.

As mudanças no panorama econômico brasileiro, como a decadência do ciclo da cana-de-açúcar e a redução da atividade mineradora, fizeram com que uma grande leva de escravos migrados, para os centros urbanos, pudesse levar uma vida mais amena e conseguisse ter uma expectativa de vida mais longa.

Mesmo assim as condições de salubridade, nesta época, não favoreciam a longevidade.
Então surge a figura daquele escravo que, apesar das suas condições de vida, alcança idade avançada, personificando o patriarca da raça, cuja sapiência parece lhe ser conferida pelos cabelos brancos.

Nas sociedades tradicionais, a figura do idoso é um símbolo da experiência de vida e um pilar da cultura do grupo a que pertence; aquele que deve ser ouvido e cujos conselhos devem ser seguidos.

Vemos, portanto, o aparecimento de uma entidade cuja linha de trabalho é marcada pela tolerância, rústica simplicidade e um profundo sentimento de caridade. Só quem sofreu na carne as desventuras da vida, pode entender ou se aproximar da compreensão do sofrimento alheio, porque é possível responder a toda violência sofrida, com amor, sem nenhum sentimento revanchista ou de vingança.

Característica típica da raça africana é o apego à vida, alegria que se manifesta em musicalidade e uma sabedoria ancestral quase biológica, que transparece na religião.

A forma como se apresenta nos terreiros de Umbanda, através dos médiuns, é como uma pessoa muito idosa, curvada pelos anos. Às vezes apoiado em uma bengala, com uma voz meiga, algo paternal que atrai a confiança e simpatia de quem ouve.
Com movimentos lentos, típicos de um ancião, geralmente senta-se em um pequeno banquinho ou num pedaço de tronco, fumando seu cachimbo de barro ou um cigarro de palha, queimando seu fumo de rolo.

Gosta de beber desde a cachaça branquinha até o vinho tinto bem forte ou um café amargo. Mas uma de suas bebidas favoritas é a polpa do coco verde, triturada no pilão e misturada com um pouco de pinga.

As histórias que ouvimos a respeito dos Pretos Velhos, são bastante variadas e pitorescas.

Dizem que em vida, foram grandes sacerdotes do culto dos Orixás; que viveram muitos anos devido a seus conhecimentos mágicos, alcançaram a sabedoria e usam estes conhecimentos misturados a um pouco de bruxaria, para os trabalhos de cura e descarrego.

Porém, algumas histórias nos dizem que eles foram homens comuns, que alcançaram a redenção espiritual através dos suplícios do cativeiro. A sua tolerância ao martírio, sem manifestar revolta ou ódio pelos seus algozes e o profundo amor indiscriminado pela humanidade, os ascendeu a um patamar de mestres espirituais.

Outros nos contam que, em vida terrena, os Pretos Velhos eram homens predestinados, encarnados para assegurar um lenitivo ao sofrimento dos escravos, e que, por sua bondade e sabedoria, cativaram a amizade até dos senhores brancos, a quem também acudia com conselhos e curas. Daí a sua relativa liberdade para atender, com suas curas, ao povo pobre e sua misteriosa longevidade que lhe proporcionava a fama de sábio e feiticeiro por viver muito mais que a maioria dos escravos comuns.

A idade avançada de um escravo, já era por si própria, digna de notoriedade, por fugir, muito, da realidade do cativeiro. Por isso, aquele elemento devia ter alguma coisa diferente.

Preto Velho também gosta de beber, em seu coité, uma mistura de folhas de saião, trituradas com mel e cachaça.

Um dos pratos típicos servido nas festas ou como oferenda ao Preto Velho, e o mais brasileiro de todos, é feijoada. Comida nascida no Brasil é o resultado de circunstâncias e do gênio da raça negra.

O feijão preto era o mais básico e barato alimento na senzala. Plantado, colhido e preparado pelos escravos, na própria fazenda em que trabalhavam, era, às vezes, enriquecido pelas sobras de carne da cozinha da casa grande (geralmente porco). As partes que o senhor branco não comia, como os pés, a orelha, a garganta, o rabo, o focinho, etc., iam direto para o tacho coletivo e assim nascia a feijoada.

A falange dos Pretos Velhos guarda sinais particulares e individuais da origem dos elementos que a compõem. Antigos escravos, estes ainda conservam certas designações que denunciam de qual nação ou tribo africana eram oriundos. Assim encontramos Pai Tião D’Angola, Vovó Maria Conga, Vovô Cambinda, Pai Joaquim de Aruanda, Pai Zeca da Candonga, todos com uma característica comum: a bondade e a doçura com que tratam os fiéis que os consultam, procurando um alívio para suas aflições.
Grandes conhecedores de magia, dos feitiços de Exú e das propriedades curativas das ervas, os Pretos Velhos usam também a fumaça de seus cachimbos, como os pagés e caboclos, para dissolver as cargas e energias negativas que envolvem as pessoas.
Trabalham com passes magnetizantes e indicam banhos de ervas para seus consulentes.
Porém uma de suas características mais marcantes é sua força psicológica. Sustentada pelo conhecimento espiritual, esta entidade surpreende e encanta.

Ensinando, com seu exemplo, a resignação aos golpes kármicos do destino.
Conhecido como o psicólogo dos pobres, o Preto Velho, embasado em sua rica experiência de vida e transpirando a sabedoria da idade, sabe, como ninguém, ouvir e entender os problemas de seus fiéis.

O grande segredo desta virtude está no perdão aos sofrimentos recebidos. Perdão este, sem discurso demagógico, que vem de um sentimento puro de desapego e humildade. Humildade. Talvez seja esta a palavra chave do carisma do Preto Velho.

A linha dos Pretos Velhos está dentro da “falange das almas”. Seres desencarnados que alcançaram uma luz espiritual e retornam, através dos médiuns, ao plano terreno, numa missão de caridade, como que resgatando uma dívida espiritual, ajudando os necessitados, tanto na parte física, com passes magnéticos, defumações e indicando ervas curativas, como na psicológica, com conselhos e amparo afetivo, praticando a bondade incondicional que lhes é inerente.

Estas entidades, dizem alguns, compõem uma linha ligada ao Orixá Omolú, voltada para a cura e lenitivo nas aflições dos pobres.

As contas pretas e brancas que formam a sua guia, denunciam uma similaridade de natureza com este Orixá – Omulú/Obaluaiê – ligado à terra e às doenças, dela provenientes, além do semelhante histórico de sofrimentos vividos.

Estes guias, normalmente, incorporam em seus médiuns, atendendo ao chamamento dos pontos cantados em sua homenagem, nos terreiros, mas podem também “baixar” pelo magnetismo de uma oração ou de uma concentração mental dos fiéis.

Dependendo da pureza ou da mestiçagem dos rituais de um centro espírita, podem ser usados atabaques, com seu toque característico da Umbanda, ou apenas cantos marcados pelo bater de palmas, como verificamos nos terreiros mais tradicionais que ainda conservam a liturgia simples e despojada dos primeiros terreiros de Umbanda.

A sua maneira característica de incorporação, com o dorso curvado, de andar lento e inseguro, procurando apoio numa bengala, indicam, instantaneamente, a natureza da entidade. Porém dizem alguns estudiosos que este comportamento é apenas uma faceta cultural, pois estas entidades, já não tendo o corpo material próprio, não poderiam se movimentar aparentando limitações físicas, que na maioria das vezes nem sequer são oriundas dos médiuns.

O seu discurso nas preleções e conselhos transpiram uma mensagem cristã de perdão e compaixão, evidenciando a influência dessa religião com as citações sobre Jesus e os santos católicos.

Uma perfeita mistura da moral cristã, com os costumes africanos e o conhecimento da medicina natural, com práticas de pajelança.

As guias usadas nos terreiros vêm da direta influência africana, porém, uma das guias preferidas pelos Pretos Velhos, é formada pelas contas de uma semente vegetal que varia do branco leitoso ao negro. Conhecida, popularmente, como lágrimas de Nossa Senhora, são extraídas de uma planta da família das gramíneas, entrelaçadas com dentes de porco selvagem, à moda indígena, crucifixos e outros fetiches africanos, como a figa de guiné, revelando a miscigenação cultural / religiosa brasileira.

Por pertencer à falange de entidades desencarnadas ou “linha das almas”, os Pretos Velhos sofrem uma discriminação nos terreiros afro-brasileiros mais tradicionais de Candomblé. Porém, apesar de não figurarem no rol exclusivista dos Orixás africanos, os Pretos Velhos mantêm certo prestígio, não oficial, nos corações das pessoas que pertencem a cultos mais puristas.

Não raro vemos membros de Candomblés, muito exclusivistas, se renderem à docilidade e ao carisma desta entidade.

Talvez, devido aos laços culturais e étnicos que não podem negar e, também, por uma série de misteriosas histórias ouvidas, de que muitas dessas entidades foram, em vida, iniciados no culto dos Orixás. Muitos morreram sem ter quem lhes fizessem os ritos funerais que os separaria dos seus Orixás que foram assentados em suas cabeças e, portanto, estão indissoluvelmente ligados, no plano astral, ao ambiente mágico dos ancestrais de uma nação.

Devido ao seu modo peculiar de falar, com erros de gramática e concordância e com expressões roceiras, que demonstra a falta de instrução formal, os Pretos Velhos são menosprezados por alguns, como espíritos atrasados e de pouca luz. Porém seus defensores argumentam que a exatidão do português e o lirismo das palavras não indicam a elevação espiritual de ninguém. Sustentam que grandes vultos da história da humanidade, que possuíam uma retórica exemplar e uma personalidade magnética, foram grandes genocidas, como Hitler e tantos outros e que, se pudessem dirigir alguma mensagem mediúnica poderiam parecer espíritos bastante iluminados.

A qualidade da mensagem espiritual está no conteúdo, na compaixão que transparece nos atos e não na forma mecânica de sua construção.

Estas entidades, verdadeiros psicólogos, que falam a língua dos pobres e lhes tocam o coração, são grandes curadores no plano físico e espiritual, usando seu conhecimento fototerápico com defumações e banhos de limpeza astral, são mais eficientes em sua caridade do que os discursos filosóficos de uma intelectualidade distante da realidade.
Quando falamos dessa grande falange, referimo-nos também às entidades do gênero feminino, que povoam os terreiros com sua graça e candura. As Pretas Velhas, Vovó Maria Conga, Mãe Selma da Caconde, Tia Anastácia Cambinda, Mãe Rosa da Bahia e muitas outras.

A mesma história, vivida pelo gênero masculino, encontramos também entre estas entidades que passaram pelas mesmas agruras e conservaram em seu íntimo a bondade e o perdão.

As manifestações das Pretas Velhas seguem características semelhantes às dos Pretos Velhos.

O seu modo de incorporação, com uma postura curvada, o andar dificultoso e o gosto pelo cachimbo de barro com fumo de rolo.

Assim as Pretas Velhas, da Umbanda, são um referência de resignação e desprendimento, erradicando os sentimentos de raiva e ressentimento que poderiam advir das humilhações e torturas sofridas pelo seu povo no passado.

A condição do negro, após a escravidão, não mudou muito. Apesar disso, a postura solidária e mansa dessas entidades, tem sido um baluarte na valorização da cultura afro-brasileira, superando a estigmatição social de inferioridade, como um exemplo da grandeza espiritual do povo africano, que, apesar das atrocidades sofridas, soube semear exemplos de amor e caridade, exemplificando com suas vidas, a força da religião que souberam preservar.

Carinhosamente, também chamados de pai preto, estes guias ensinam uma importante lição de humildade e resignação diante das adversidades da vida, sem perder a alegria e o bom humor. É comum ouvir, dos mesmos, observações jocosas a respeito dos problemas. Simplificando o que parecia complicado, dando esperanças para fortalecer psicologicamente seu consulente, porque sabe que se fraquejarmos na lida da vida, os problemas se tornam maiores e não suportamos o fardo.

A grande lição que ensinam estas entidades é que colhemos o que plantamos. E esta é uma grande oportunidade para rever os erros cometidos, tomar consciência da nossa responsabilidade por nós mesmos na busca da felicidade.

A característica interessante é a forma descompromissada desta prática espiritual com o formalismo e austeridade presente em outras religiões. O adágio popular de que os velhos se parecem com crianças, tem um profundo senso prático no trabalho dos Pretos Velhos.

A informalidade e humildade destas entidades fazem os fiéis se sentirem descontraídos, como se estivessem na presença de um membro da família ou um velho amigo mais sábio, que lhes atende e aconselha falando francamente, procurando ajudar a resolver seus problemas.

Uma antiga história contada nos terreiros de Umbanda, fala de um escravo, cativo em uma fazenda de cana-de-açúcar no Nordeste, que desde que chegara ao Brasil, parecia ser predestinado à uma missão espiritual.

Missão esta, diziam, lhe ter sido outorgada por Oxalá. Apesar da dura vida no cativeiro, nunca se revoltou com o destino.

Grande conhecedor das ervas curativas e das mirongas de sua terra natal, pois fora um sacerdote iniciado no culto dos Orixás, tratava dos outros escravos, minimizando seus sofrimentos. A fama de seu trabalho de caridade chegou até a casa grande e passou também a assistir aos senhores brancos, sem nenhum traço de ressentimento.

Passou a ser chamado carinhosamente, por todos, de Pai Preto e passou a vida divulgando a prática da bondade incondicional.

Quando já estava velho, com quase 90 anos de idade, sua história chegou aos ouvidos de padres missionários, que, zelosos de sua catequese, decidiram ser Pai Preto um feiticeiro pagão que deveria morrer para servir de exemplo a quem ousasse interferir nos ensinamentos da Santa Igreja Católica.

Foi então dada a ordem para a sua execução. Porém até os senhores de engenho, que também muito lhe deviam por suas curas, resolveram burlar a ordem e esconder Pai Preto em local seguro, onde pudesse continuar a lhes prestar serviços. Mas a obstinação e a consciência de sua missão fizeram Pai Preto prosseguir, sem medo. Este continuava a trabalhar, em seu corpo espiritual.

Então as autoridades religiosas enviaram outra ordem: o “feiticeiro” devia ser desenterrado e sua cabeça separada do corpo e enterrada bem longe para que seus feitiços cessassem.

Desta vez, temerosos com as possíveis conseqüências da desobediência, seus amos resolveram matá-lo e fugir de complicações.

Assim, beirando os noventa anos, este ancião deixa o plano físico e começa uma nova missão no plano astral. Através dos médiuns que lhes servem de veículo, continua o trabalho de caridade e ajuda nos terreiros de Umbanda.

Afirmam outros que o verdadeiro nome de Pai Preto era Jeremias e que hoje é saudado como Pai Jeremias do Cruzeiro.

Toda a liturgia aparentemente caótica, nas incorporações do Preto Velho, demonstram um quadro clássico da Umbanda. Os fiéis, ignorando o que seus olhos vêem, enxergam não o médium, mas um velhinho negro alquebrado pela idade e pela vida, usando às vezes um chapéu de palha, outras um pano enrolado na cabeça, com um galho de arruda pendurado atrás da orelha, apoiado numa bengala, fumando um cachimbo ou um charuto, rindo e bebendo no seu coité de casca de coco, até café amargo, bebida que muito aprecia, e, por vezes mastigando uma rapadura.

É quase um membro da família, aquele vovô sábio e bondoso que todos gostariam de ter.

É quando todas as barreiras caem e as pessoas entregam, aos seus ouvidos pacientes, suas histórias e mazelas, sem nenhum pudor de confessar fracassos ou desilusões. Por que não se sentem falando a um estranho, mas a alguém que parece conhecê-los desde o início de suas vidas.

Usa uma vestimenta simples e branca, típica dos praticantes da Umbanda, lembrando a pureza de sentimentos e o vínculo simbólico com Oxalá, Pai criador dos homens e seu enorme amor pela humanidade

 

Orações de Abertura

PRECE DE CÁRITAS

DEUS NOSSO PAI, que sois todo poder e bondade, dais a força àquele que passa pela provação, dais a luz àquele que procura a verdade, pondo no coração do homem a compaixão e a caridade. DEUS, dais ao viajor a estrela-guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso, ao órfão o pai.

Senhor, que a vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes. Piedade àquele que não vos conhece, esperança àqueles que sofrem. Que a vossa bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda parte a paz, a esperança e a fé.

DEUS, um raio, uma faísca do vosso amor pode abrasar a terra; deixai-nos beber na fonte dessa bondade fecunda e infinita; todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão; um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de amor e reconhecimento. Como Moisés sobre as montanhas, nós vos esperamos com os braços abertos, ó poder, ó bondade, ó beleza, ó perfeição. Queremos de alguma sorte receber a Vossa Misericórdia.

DEUS dai-nos força de ajudar o progresso, a fim de subirmos até vós. Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão. Dai-nos a simplicidade, que fará de nossa alma um espelho onde deve refletir a Vossa Iluminada Imagem.

PAI NOSSO

Pai Nosso que estais no céu, santificado seja o Vosso Nome. Venha a nós o Vosso Reino, seja feita a Vossa Vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje. Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos aqueles que nos tem ofendido. E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos Senhor, porque Vós sois o Poder, o Reino e a Glória, para todo o sempre. Que assim seja, em nome de Deus.

AVE MARIA

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois Vós entre as mulheres, bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte, Que assim seja.

ORAÇÃO DE SÃO FRANCISCO

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. Onde houver ódio, que eu leve o amor, Onde houver ofensa, que eu leve o perdão, Onde houver discórdia, que eu leve a união, Onde houver dúvida, que eu leve a fé, Onde houver erro, que eu leve a verdade, Onde houver desespero, que eu leve a esperança Onde houver tristeza, que eu leve alegria, Onde houver trevas, que eu leve a luz. Mestre, fazei que eu procure mais Consolar do que ser consolado, Compreender do que ser compreendido, Amar do que ser amado. Pois é dando que se recebe, É perdoando que se é perdoado, É morrendo que se vive para a vida eterna.

ORAÇÃO ÀS SETE LINHAS

Oxalá mestre supremo, vós que refletistes o princípio criador, vós que sois o verbo solar, a ciência do verbo sublime, fazei supervisão de todos os Orixás na Terra, sendo assim a luz do Senhor. Deus Pai, consciência cósmica movedora do universo, abençoa-nos.

Que Iemanjá, rainha do mar, leve sob grilhões para o fundo do mar, todas as perturbações materiais e espirituais.

Que Ogum corte com sua espada todas enfermidades que estiverem no meu corpo.

Que Iansã afaste de mim todas as tempestades, para o vento da bonança me trazer prosperidade.

Que Oxum leve consigo todas as lágrimas que eu tenha que chorar, para nunca mais desespero ou desgraça me alcançar.

Que toda a fortuna do mundo possa chegar aos meus pés com a força do sagrado Orixá Oxumaré.

Xangô meu pai, solidifique como é a sua santa pedreira, todos os bens que eu alcançar.

Salve o Nosso Senhor do Bonfim, salve todos os Orixás, que nos protejam nessa vida para nada nos faltar.

HINO DA UMBANDA

Refletiu a luz divina Com todo seu esplendor É do reino de Oxalá Onde há paz e amor Luz que refletiu na terra Luz que refletiu no mar Luz que vêm lá de Aruanda Para tudo iluminar A Umbanda é paz e amor É um mundo cheio de luz A força que nos dá vida E à grandeza nos conduz Avante filhos de fé Como a nossa lei não há Levando ao mundo inteiro A Bandeira de Oxalá.

Pontos de Umbanda

Abertura

Eu abro a nossa Gira com Deus e Nossa Senhora Eu abro a nossa Gira Samborei Pemba de Angola Oxalá, Meu Pai, tenha pena de nós, tenha dó A volta do mundo é grande, seus poderes são maiores

Exú (Saudação: Mojubá / Laroiê)

O sino da igrejinha faz belém-bem-bão O sino da igrejinha faz belém-bem-bão Deu meia-noite o galo já cantou Seu Tranca-Rua que é dono da Gira Oi corre Gira Pai Ogum mandou Seu Tranca-Rua que é dono da Gira Oi corre Gira Pai Ogum mandou

O sino da igrejinha faz belém-bem-bão O sino da igrejinha faz belém-bem-bão Deu meia-noite o galo já cantou Seu Exú-Caveira que é dono da Gira Oi corre Gira Pai Ogum mandou Seu Exú-Caveira que é dono da Gira Oi corre Gira Pai Ogum mandou

Repetir para:

Seu Tiriri, Tatá Caveira, Maria Padilha, Maria Mulambo ...

Ogum (Saudação: Patakuriê / Ogum Iê)

Nessa casa de guerreiro Vim de longe pra rezar Rogo a Deus pelos doentes Na fé de Obatalá Ogum salve a Casa Santa Os presentes e os ausentes Salve nossas esperanças Salve velhos e crianças Preto Velho ensinou Na cartilha de Aruanda Que Ogum não esqueceu Como vencer a demanda A tristeza foi embora Na espada de um guerreiro E a luz do romper da aurora Vai brilhar nesse terreiro

Seu cavalo corre Sua espada reluz Sua bandeira cobre Todos os filhos de Jesus Seu cavalo corre Sua espada reluz Auê seu Ogum Yara Aos pés da Santa Cruz

Se seu pai é Ogum Vencedor de demanda Ele vem de Aruanda Pra salvar filhos de umbanda (2x) Ogum, Ogum, Ogum Iara Ogum, Ogum, Ogum Iara Salve os campos de batalha Salve a sereia do mar Ogum Iê, Ogum Iara Ogum Iê, Ogum Iara

Ogum de Lei Não me deixe sofrer tanto assim (2x) Quando eu morrer Vou passar lá n'Aruanda Saravá Ogum Saravá Seu Sete Ondas (2x)

Ogum não devia beber Ogum não devia fumar Pois a fumaça são as nuvens que passam E a cerveja a espuma do mar Pois a fumaça são as nuvens que passam E a cerveja a espuma do mar

Cavaleiro na porta bateu Eu passei a mão na pemba para ver quem era... (2x) Era São Jorge guerreiro, minha gente ! Cavaleiro na força e na fé (2x)

São Jorge é um grande guerreiro, guerreiro de Oxalá È vencedor de demanda dos filhos desse Congá È vencedor de demanda dos filhos desse Congá Seu cavalo é branquinho, igual a flor de algodão Seu capacete de aço, e sua lança na mão Sua capa e sua espada, vêm nos trazer proteção Sua capa e sua espada, vêm nos trazer proteção

Seu Beira Mar Me diga o que trouxes do mar Seu Beira Mar Me diga o que trouxes do mar Ele vem do mar Vem beirando a areia Traz na mão direita O terço de Mamãe Sereia Ele vem do mar Vem beirando a areia Traz na mão direita O terço de Mamãe Sereia

Luandá, Luandê Ogum Rompe-mato vai lhe protegê Luandê, Luandá Ogum Beira-mar vai lhe segurar Salve os astros, salve as matas Salve todos os Orixás Salve o povo da Umbanda Vamos todos Saravá

Iansã (Saudação: Ieparrê)

Ela é Matamba, ela é Oiá Ela é Iansã, desse Jacutá Ela é Matamba, do cabelo loiro Senhora dos ventos, da espada de ouro

Ô Minha Santa Bárbara Que linda coroa Oi pelo amor de Deus Santa Bárbara Não me deixe a toa

Iemanjá (Saudação: Odoiá / Ei Doce Iabá)

Oh Iemanjá, senhora lá do aiê Oh Iemanjá, venha nos ajudar, oh Iemanjá Oh minha Mãe Iemanjá, com a sua luz divina Venha nos ajudar, oh Iemanjá, oh Iemanjá Rainha das águas sereia do mar, rainha das águas sereia do mar Oh Iemanjá, oh Iemanjá

Iemanjá, ah doce Iabá, Iemanjá hoje é seu dia que beleza Salve a sereia do mar Lá vou eu prá beira do mar Levar flores prá Mãe Iemanjá É a minha oferenda a rainha suprema do mar Venha comigo irmão, vamos à beira do mar É oito de dezembro, hoje é dia de Mãe Iemanjá Venha comigo irmão, vamos à beira do mar É oito de dezembro, vamos todos Saravá

Oxum (Saudação: Aieiê)

Na cachoeira, eu vi, eu vi Rainha da cachoeira, eu vi, eu vi Mamãe Oxum, abençoando seus filhos, lá na cachoeira

Ô viva Oxum Ô Iansã e Nanã Mamãe Sereia Viemos saudar Oi me leva Pras ondas grandes Eu quero ver as sereias cantar Eu quero ver os caboclinhos na areia Oi como brincam com Iemanjá Aruê, ê, ê, êeee Aruê Mamãe é dona do mar Aruê, ê, ê, êeee Aruê Mamãe é dona do mar

Eu vi a mamãe Oxum Sentada na cachoeira Colhendo lírio, olê, olê, colhendo lírio, olê, olá Colhendo lírios pra enfeitar nosso Congá Colhendo lírio, olê, olê, colhendo lírio, olê, olá Colhendo lírios pra enfeitar nosso Congá

Xangô (Saudação: Kaô Kabecilê)

Relampeou, tremeu a terra, Meu Pai Xangô, no alto da serra Relampeou, tremeu a terra, Meu Pai Xangô, descendo a serra Meu Pai Xangô, Meu Pai Xangô, venha salvar os seus filhos aqui na Terra Meu Pai Xangô, Meu Pai Xangô, venha salvar os seus filhos aqui na Terra

Pedra rolou Pai Xangô, lá nas pedreiras Afirma o ponto meu pai, na cachoeira Pedra rolou Pai Xangô, lá nas pedreiras Afirma o ponto meu pai, na cachoeira Tenho meu corpo fechado, Xangô é meu protetor Afirma o ponto meu pai, Pai de cabeça é Xangô Tenho meu corpo fechado, Xangô é meu protetor Afirma o ponto meu pai, Pai de cabeça chegou

Quem rola pedra na pedreira é Xangô Quem rola pedra na pedreira é Xangô Girou na coroa de Zambi Girou na coroa de Zambi Girou na coroa de Zambi na maior

Lá em cima daquelas pedreiras Tem um livro que é de Xangô Lá em cima daquelas pedreiras Tem um livro que é de Xangô Kaô, Kaô, Kaô cabeciem

Nanã (Saudação: Saluba)

O Nanã Borocô ai que Pembê, Oiá que Pembê Aruê, Oiá que Pembê

Obaluaê (Saudação: Atotô)

Atotô Obaluaê, Atotô Babá Atotô Obaluaê, Atotô é Orixá Meu Pai Oxalá é o rei, venha me valer Meu Pai Oxalá é o rei, venha me valer O Velho Omolu, Atotô Obaluaê

Quem ver um velho no caminho, tome a benção Quem ver um velho no caminho, tome a benção A benção Obaluaê, a benção de Zambi a benção A benção Obaluaê, a benção de Zambi a benção

Oxossi (Saudação: Quearô)

Oxossi rei das matas, me dá licença prá chegar Sem a sua permissão eu não posso Saravá Oxossi rei das matas, me dá licença prá chegar Sem a sua permissão eu não posso Saravá Quem manda nas matas é Oxossi, quem manda nas águas é Iemanjá Quem manda nas pedras é Xangô, quem governa a Bahia é Nagô Salve Pai Oxalá, salve Mãe Menininha do Cantuá Salve Pai Oxalá, salve Mãe Menininha do Cantuá

Caboclo (Saudação: Oquê)

Aqui nessa Aldeia, tem um Caboclo que ele é Real Ele não mora longe, mora aqui mesmo nesse casuá Aqui nessa Aldeia, tem um Caboclo que ele é Real Ele não mora longe, mora aqui mesmo nesse casuá

Estava na beira do rio Sem poder atravessar Eu chamei pelo Caboclo Caboclo Tupinambá Eu chamei pelo Caboclo Caboclo Tupinambá

Salve a cabocla Jurema, rainha do nosso Congá Ela mora na floresta, na aldeia de Urubá Ela mora na floresta, na aldeia de Urubá A lua vinha surgindo, clareou a mata inteira Eu vi a cabocla Jurema, se banhando na cachoeira Eu vi a cabocla Jurema, se banhando na cachoeira Vamos cantar prá Jurema, nossa fiel louvação Pedindo aos caboclos de luz, saúde paz e união Pedindo aos caboclos de luz, saúde paz e união

Boiadeiro (Saudação: Chetuá)

Seu boiadeiro por aqui choveu Choveu que água rolou Foi tanta água que meu boi bebeu Foi tanta água que seu boi nadou

Seu boiadeiro que vem Minas Que vem trazendo sua boiada Vem trazendo sua boiada, Boiadeiro Chapéu de couro na mão Chetuê, Chetuá Minha corda é de laçar Chetuê, Chetuá Se meu boi fugir eu vou buscar Chetuê, Chetuá Corda de laçar meu boi Chetuê, Chetuá Corda de meu boi laçar

Baiano (Saudação: Oquê)

Baiano é povo bom, povo trabalhador Baiano é povo bom, povo trabalhador Quem mexe com Baiano mexe com Nosso Senhor Quem mexe com Baiano mexe com Nosso Senhor

Bahia, Ô África Venha nos ajudar Bahia, Ô África Venha nos ajudar Força baiana, Força africana Força Divina, vem cá vem cá Força baiana, Força africana Força Divina, vem cá vem cá

Bahia é terra de dois Terra de 2 irmãos Governador da Bahia É Cosme e São Damião Bahia é terra de dois Terra de 2 irmãos Governador da Bahia É Cosme e São Damião

Quem tem Baiano pisa, eu quero ver pisar Quem tem Baiano pisa, eu quero ver pisar A pisada do Baiano, faz a terra se espalhar

Baiano bom, Baiano bom Baiano bom é que sabe trabalhar Baiano bom, Baiano bom Baiano bom é que sabe trabalhar Baiano bom é o que sobe no coqueiro Tira o coco, bebe a água e deixa o coco no lugar Tira o coco, bebe a água e deixa o coco no lugar

Chico Baiano tem a coroa de rei Mas ele é o rei, é o rei da Guiné Vem Saravá o meu Pai de Aruanda Saravá Umbanda seus filhos de fé Vem Saravá o meu Pai de Aruanda Saravá Umbanda seus filhos de fé

Marinheiro

Seu Martim Pescador, que vida é a sua? É bebendo marafo, caindo na rua Eu também sei nadar, eu também sei nadar no mar Eu também sei nadar, eu também sei nadar no mar Eu também sei, também sei, também sei nadar Eu também sei, também sei, também sei nadar Na barra vi só dois navios Perguntando se podia entrar A barra já está tomada seu marujo Nessa barra aqui quem manda é Oxalá A barra já está tomada seu marujo Nessa barra aqui quem manda é Oxalá

Preto-Velho (Saudação: Adorei as almas)

Pai Joaquim cadê cadê Pai Mané ? Tá na mata apanhando guiné Pai Joaquim cadê cadê Pai Mané ? Tá na mata apanhando guiné Diga a ele que quando vier Que suba a escada E não bata o pé Diga a ele que quando vier Que suba a escada E não bata o pé

Vovô não quer, casca de coco no terreiro Vovô não quer, casca de coco no terreiro Pra não lembrar dos tempos do cativeiro Pra não lembrar dos tempos do cativeiro

Cambina mamanhê Cambina Mamãe-nhã Oi segura a Campina que eu quero ver Filhos de Umbanda não tem querer Segura a Campina que eu quero ver Filhos de Umbanda não tem querer O Povo de Cambina oi quando vem pra trabalhar O Povo de Cambina oi quando vem pra trabalhar Todo o povo vem por terra Campinar vem pelo mar Todo o povo vem por terra Campinar vem pelo mar

Erê (Eremim)

Cosme e Damião, Damião cadê Doun ? Doun foi passear lá no cavalo de Ogum Cosme e Damião, Damião cadê Doun ? Doun foi passear lá no cavalo de Ogum Dois dois sereias do mar Dois dois mamãe Iemanjá Dois dois sereias do mar Dois dois mamãe Iemanjá

Fui no jardim colher as rosas A Vovozinha deu-me a rosa mais formosa Fui no jardim colher as rosas A Vovozinha deu-me a rosa mais formosa Cosme e Damião, Ôh Doun Crispim, Crispiniano São os filhos de Ogum Cosme e Damião, Ôh Doun Crispim, Crispiniano São os filhos de Ogum

Mariazinha da beira da praia Como é que sacode a saia ? É assim, assim, assim Assim que sacode a saia É assim, assim, assim Assim que sacode a saia Juquinha da beira da praia Como é se que abana o boné ? É assim, assim, assim Assim que se abana o boné É assim, assim, assim Assim que se abana o boné

ALGUNS PONTOS DE CANDOMBLÉ (KETO / ANGOLA IJEXÁ) (TRASCRIÇÃO FONÉTICA)

Exú: Exú Lebara vodum aza quere-querê

Ogum: Jalaê, Ogum onirê areguedê Ogum onirê cumorajô, Ogum onirê areguedê Aê, Ogum onirê areguedê Ogum onirê cumorajô, Ogum onirê areguedê

Obaluaê: Eguelê Pipokã, Eguelê Pipokã Aê Aê Eguelê Pipokã

Xangô: Ozaziê, Ozaziá, Ozaziê maiambolê, maiambolá Jasque nambô aê aê, que bela zazi ô zaziê

Oxum: Ê, Emoriô, ê, Emoriô Orí Paô / Oní Paô

Iemanjá: Oi Mikaiá, oi Mikaiá, zelombamda, zelombimda de mamãe, oi Mikaiá, zelombô Zelomina de Mamãe iê oi Mikaiá ê Kevê Kevê Kaiá, Kevê Kevê Kaiá Ô Mamãe de Aruanda segura engoma Kevê Kevê Kaiá

Iansã: Agermitô, Di Aô, Agermitô, Di Oiá Agermitô, Di Aô, Agermitô, Di Oiá Iaé, aé aé, Agermitô, Di Oiá Iaé, aé aé, Agermitô, Di Oiá

Oxumarê: Angorô sinhô Sibenganga já utali Sibenganga já utali

Tempo: Oiá Tempo, Oiá Lambada Macurá Di Lê Oiaê Tempo, Óia Lambada Maculê

Oxossi: Ó Lua Branca Leluê Ó Lua Branca Leluá

Ossaim: Abajulaju Eueu, Abajulaju Euá Abajulaju Eueu, Abajulaju Euá Abajulaju Eueu, Abajulaju Euá Abajulaju Eueu, Abajulaju Achogum

Logum: Logum a Becóia-cóia, Logum a Becóia-cóia Ejeuê Perimã, Logum a Becóia-cóia

Nanã: O Nanã Borocô ai que Pembê, Oiá que Pembê Aruê, Oiá que Pembê

Odé: Aê Bailachê, Odé Bailachê, Aê Bailachê

Oxalá: Ororô Mojueuê, Mamagum ié ié Mojuô Vorum Legô Umbaô, Euaê é Mala Laichê É Mala Laichê Babá Mala Laichê Onibaba gunjatê, Obaba mi chorô